Sonhou com ele de novo, desastre, acordou com o susto e chorando. Olha para o relógio: 7 e 20, tinha que chegar as 8, precisava de pelo menos 40 minutos,já estava atrasada, com um pouco de sorte o ônibus se atrasaria pelo menos 5 minutos, com um pouco de sorte chegaria a tempo. Troca de roupa, toma o café, come um pedaço do pão, prende o cabelo, lava o rosto, escova os dentes, procedimentos padrão, tudo automático, se parar pra pensar, já era. Desce as escadas, quase tromba com a vizinha que subia, abre o portão, fala bom dia, corre pelo corredor, sai pelo portão, VERDE!, atravessa a rua, corre, o primeiro ônibus já foi, reza para que segundo chegue rápido. Observa o dia cinza, depois de dias de calor intenso e sol rachando, está que nem ela, cinza, pensamento longe, problemas a vista.
Entra no ônibus, fala bom dia, motorista e cobrador são amigos do cotidiano, vai dar tempo, passa em frente a Igreja, Em nome do Pai, olha para o relógio, pouco tempo. Fecha os olhos.
Ela deve gostar de sofrer, mesmo depois de tanto tempo, ainda sente,porque? Se ele nem se interessa mais? Ela deve gostar de sofrer.
Aperta a campainha, desce do ônibus. Nem 5 minutos a mais, nem a menos, a tempo. Chegou.
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