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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Juju Dorii

Dori é foda
Eu tinha chegado em Tucson há poucas horas, na noite de uma terça-feira, muito bem recebida pelas americanas que cuidavam da recepção do dormitório onde seria minha casa por um bom tempo. Me surpreendi com minha capacidade de comunicação, o tempo de Wizard enfim valeu de alguma coisa. Molly e Jenn foram super receptivas, queriam saber mais sobre o Brasil, o que eu faria na universidade, me passaram as recomendações. Molly me mostrou onde era meu quarto, meu nome e de Zeljka, minha roommate estavam pregados na porta: Enfim Maricopa Hall, minha nova casa. Perguntei por outras brasileiras se já haviam chegado, pelos grupos na internet, sabia que haviam outras garotas como eu que ficariam no mesmo dormitório, foi por isso que fui levada a Liane. De Belém do Pará, Liane foi a primeira brasileira que me acolheu, foi do computador dela que mandei noticias pro Brasil que tinha chegado viva no deserto, me passou as primeiras instruções do que eu teria de fazer logo que amanhecesse para as aulas de inglês. Ter encontrado logo no primeiro instante uma pessoa tão calma e amiga foi um alívio, mais um presente. Levantei cedo, procurei pelo lugar onde faria as aulas de inglês, era perto, do outro lado da rua. (*Foi lá que encontrei Panda, fiz festa, cortaram meu barato e sozinha fui procurar onde fazia meu cat card (1)*). Feito, vi o laboratório de computadores ao lado (Macbooks!), cheguei a porta. Olhei pro lado um menino. Eramos dois perdidos, eu confesso que fiquei com vergonha, se ele falasse inglês comigo, com certeza as palavras fugiriam e eu me embaraçaria. Mas foi engraçado porque num instante parecia que eu já havia o visto antes, me lembrava alguém. "Brasileira?", ele disse. Só balancei a cabeça. Foi melhor que bom dia, me tirou um peso das costas, sem saber estava ali na minha frente um daqueles que seriam um dos meus melhores amigos de intercâmbio: Dorival!
 
 

Só Deus sabe como explicar o que hoje eu vejo em Dorival. Mais que um colega de intercambio, eu vejo um amigo que curte o que tem de curtir, que me faz passar vergonha, que caça os flogões alheios, que revive os tempos de Orkut com um post meu, que me ajuda a entender o que certos garotos pensam, que não tem tempo ruim seja pra assistir um filme, ir pra Vegas ou beber uma cerveja (em casa de árabe maluco, de brasileiros doidos ou num barzinho qualquer da University Boulevard). Hoje eu vejo um parceiro de Bud, de furada e balada. Hoje eu vejo um cara famoso (!) e que sabe levar com a mesma paciência qualquer zueira, acho que a gente sabe que no fundo é admiração (hehe). 

 
É por isso que Dori é Dori. Que o tempo passe, a amizade se fortaleça e que ela estenda até por terras brasileiras. Amém!




















*(1)*Não ligue se você não entender essa parte :P

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